UNIFESP
 Departamento de Informática em Saúde da Universidade Federal de São Paulo

DEFINIÇÃO DA CAUSA DE MORTE

As estatísticas de mortalidade podem ser apresentadas de várias maneiras, entre outras, segundo sexo, idade, local, evolução no tempo, etc., constituindo, entretanto, a causa de morte o seu aspecto mais importante, o que se compreende facilmente.
Até fins do século XIX não havia, de maneira geral, uniformidade de critérios para seleção quanto à causa que deveria aparecer como "causa de morte".
A Primeira Conferência Internacional para Revisão das Listas Internacionais de Causa de Morte, realizada em 1900, adotou o princípio de selecionar, para cada óbito, apenas uma causa. Mas poucas pessoas salientaram o fato de escolher, arbitrariamente, uma só causa, quando duas ou mais eram referidas no atestado de óbito; poucas também assinalaram a importância de estudar todas as causas que contribuíram para cada morte.
Vários países desenvolveram métodos, diferentes entre si, para selecionar a causa que deveria aparecer nas estatísticas de mortalidade, quando duas ou mais eram informada, o que obviamente, afetava muito a comparabilidade das estatísticas.
Também o critério sobre qual a causa a ser selecionada não era uniforme, tendo denominações diferente, entre outras, "a causa de morte", "causa primária de morte", "causa principal" e "causa fundamental da morte". Havia uma idéia geral de que esta causa deveria ser aquela sobre a qual, do ponto de vista de saúde pública, diferentes denominações, porém, levaram a critérios diferentes de seleção da causa a ser tabulada.
A própria comissão que foi encarregada de propor o modelo internacional do atestado médico estudou a questão da definição, do que deveria considerar a causa de morte para efeito de tabulações das estatísticas de mortalidade. Foi proposta e aceita uma definição que, juntamente com o modelo internacional do atestado, foi aprovada na Conferência Internacional para a Sexta Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças em 1948 sendo a partir de então, adotada em todo o mundo.
A causa a ser tabulada nas estatísticas de mortalidade foi chamadas de causa básica de morte. Considerou-se que, do ponto de vista de prevenção da morte, seria importante cortar a cadeia de eventos ou instituir a cura em algum ponto. Considerou-se também que o objetivo mais eficaz da Saúde Pública "é prevenir a causa precipitante para que ela não atue". Para estes propósitos, a estatística mais simples é aquela relativa à causa básica da morte, a qual pode ser definida como (a) a doença ou lesão que iniciou a sucessão de eventos mórbidos que levou diretamente à morte, ou (b) "as circunstâncias do acidente ou violência que produziu a lesão fatal".
O modelo de atestado de óbito adotado permitia, pelas suas características, tornar mais fácil a seleção da causa básica quando eram informados dois ou mais diagnósticos. Isto porque o médico, ao registrar os diagnósticos no atestado, deveria colocar a causa básica em último lugar da Parte I.
Assim, a causa básica, registrada dessa forma (último lugar da Parte I, linha c), dá origem a algumas complicações (causas conseqüênciais), que devem ser registrada nas linhas acima (b e a). A última causa conseqüêncial, registrada na linha a, é chamada causa terminal ou imediata
No caso de a morte Ter ocorrido por causa não natural ou, como mais usualmente se diz, por "causas violentas" ou "causas externas" também deveria constar na última linha a causa básica, no caso, as circunstâncias da violência (queda, homicídio por arma de fogo, afogamento, etc.) e acima, da causa básica, as conseqüênciais (fratura de crânio, rotura de fígado, esmagamento de tórax, etc.). Os atestados de óbito, nos casos de causa externas, são sempre preenchidos por médicos legistas.

 

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